quarta-feira, 7 de março de 2012

Achado!

Encontrado num daqueles nossos papéis amassados, rabiscados, sujos e sem nenhuma identificação, um papel vagabundo.

Draga da alma...
Drágea dessagua na calma..
tarja triste combina
com tarde quente,
dentre outras coisas..
só o que não se pode contar.
Aquela alegria de se chorar..

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Amanhã melhor

 Eu juro que estava feliz, eu juro que estava com a alma leve e puramente livre, com esperança e singelamente alegre. O vento brincava no meu rosto e as esperança pula dos meus olhos brilhantes.

Mas atravessei meu muro, cai do buraco e aqui estou mais outra vez, na tristeza de qualquer punhado de abandono. Apática e reclusa, perdida em outras amarras que já me prenderam. Não há escapatória, meu destino é esse, minha sina, mais uma ladainha. Afundando na melancolia movediça, segurando as pontas, as lágrimas e os suspiros de arrependimento.

Está engasgado, já foi traído e o que tinha de ser, já azedou com o decorrer dos fatos. Não há de se perder, em tantas dores já sentidas e catalogadas como cicatrizes na minh’alma. Sinceramente, cego-me do que for me servir, calo-me para qualquer palavra mais torta. Que venha outro amanhã melhor!




quinta-feira, 23 de junho de 2011

Era ela lá...


É no largo do silêncio noturno que recordo-me daquela moça que caminhava ao tardio poente, onde o céu era uma aquarela e as cores rodopiavam como bailarinas... Eu sei, tenho certeza, consegui ver... Ela pensava na suas longas pernas, nos seus lábios secos e como deveria estar seu rosto, tão fadigado. Envergada na sua coragem.. Seu destino beirava do descaso à vadiagem, parecia não ouvir o barulho lhe era imperceptível e comum, a sandália chiava ao atritar com as pedrinhas da calçada... Sua mão moveu-se com quem queria pegar uma caneta e escrever algum pensamento fugaz e particular que vinha a sua mente. Parecia ter um breve momento de alegria, uma dúvida ou um possível sorriso... tudo meio dual, pois ela ao mesmo tempo mostrava que queria sofrer, que gostava de sangrar no seu silêncio e chorava por dentro. No fundo ela mostrava o quanto sofria angustiada...Os outros que a tinham em volta mostravam não compreendê-la, só perguntava o que ela sentia, como ela estava e muitas outras perguntas que me esqueci de decorar pois a única coisa que gravei na minha mente foi o rosto dela sem saber o que responder.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pensando longe...


Já não sei o que sinto, nem mesmo se existo. Estou perdida numa inércia sentimental, até existencial, acredito. Até quando começo fazer algo, não as termino. Tudo estar por ficar em meias palavras, advindas de algum lugar obscuro de minh'alma, soltas, sem nexos, perdidas. Nem consigo chorar, o que ao meu entender é um dos últimos estágios da petrificação humana.
Indiferença!
Sim. É neste caminho que estou vivendo, acomodada na minha bolha de vidro.
O que faço?
Bem, há muitos diversas opções, mas por algum motivo não vejo razão para segui-las, como um cãozinho abanando o rabinho.
Acredito na existência de um fator, seja ele um sentimento, evento, até um outro ser humano, que irá me modificar. E nessa esperança é que me apego para continuar perpetuando no meu marasmo. Reconheço que é como deixar passar as coisas boas sem aproveitá-las, mas sinto que não é o momento certo. Só isso. Sei que tenho de fazer, com todas as letras e expressões, mas acredito que há seus momentos devidos e acertivos, sem que combine com o horário biológico e psicológico dos demais.
Hei! Sou eu, não a maioria.
É como uma questão de visualização do plano e justificação de utilizá-lo. Estranho....

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Por algumas horas já passadas...



Pois de louca querela mental
Que absorve meu ser
E reflete em te ter
De olhos consumistas
Bocas vazias
Criatura faminta
Lá ei de me lançar
Por entre outros tantos
Na angustia da chegada
Ao meu destino finito
De cada início vespertino
Por assim estou...








Tradução: Quanto a pessoa está com fome, voltando para sua residência, após a aula da faculdade, num sol de rachar o quengo... Tem de ocupar a mente senão...